Nos alvores da ditadura
A revolução de Maio tinha-se dado há pouco mais de um ano e já o regime mostrava a sua tendência para os desfiles, a pompa e circunstância, a província mostrada aos basbaques de Lisboa. De 10 e 17 de Julho de 1927, realiza-se entre a Avenida da Liberdade e os Restauradores a Semana dos Hospitais, presidida pelo então presidente da República, General Óscar Carmona. Houve lugar para tudo: atribuição de medalhas a várias corporações de bombeiros, batalha de flores com confetis e serpentinas, concurso de montras e janelas, concertos com bandas de música e até uma benção de automóveis, cerimónia essa dirigida pelo bispo de Trajanopolis. A receita reverteu a favor da construção de um hospital em Lisboa.
Principais fontes de consulta e fotográficas:
Hemeroteca Digital, Blogue Restos de Colecção, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
13/12/2013
Antes que o império caia
Numa operação de propaganda de fazer inveja aos políticos dos nossos dias, expropriaram-se terrenos, demoliram-se habitações centenárias, mobilizaram-se 15 engenheiros, 11 arquitectos, 1 000 estucadores e 5 000 operários para edificar, em 560 000 metros quadrados e em apenas 11 meses, um recinto majestoso para homenagear o império e, claro, glorificar o Estado Novo. Os edifícios, em madeira, estuque, gesso e até papel, foram quase todos demolidos depois da Exposição do Mundo Português, inaugurada com o orgulho pátrio ao rubro, na presença dos mais altos dignitários da Nação, no dia 23 de Junho de 1940. Resistiriam apenas algumas edificações, como a do que viria a transformar-se em Museu de Arte Popular e a Estação Fluvial de Belém. O Padrão dos Descobrimentos, em madeira, foi demolido, tendo sido construída uma réplica no seu local, a que hoje conhecemos.
Tudo isto em plena II Guerra Mundial e num país onde o povo sobrevivia entre terríveis privações. Faltava o pão, mas circo havia e com fartura.
A culpa foi do Sócrates!
Todas as fotografias, pertencentes ao Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital e Biblioteca Nacional Digital, entre outras entidades, foram recolhidas em http://restosdecoleccao.blogspot.pt
13/12/2013
O curso da História em corso carnavalesco
Aquilo é que foi coisa em grande, a modos que a armar ao pingarelho. Carros alegóricos, muitas cavalos, muitos cavaleiros, muitos trajes de guerreiros, damas antigas, povos selvagens das Colónias, heróis do mar, nobre povo, e muito finório e tratante com o meliante reinante, o Dr. Salazar, sentado na tribuna de honra, de perninha cruzada a mostrar as botinhas engraxadas com desvelo pela sua Dona Maria logo a seguir às matinas. A seu lado, comovido até às lágrimas, um Cerejeira em flor. Foi o "Cortejo Histórico da Cidade de Lisboa", a 6 de Julho de 1947, e encheu Lisboa, da Avenida ao Rossio, de milhares de basbaques impantes ante as glórias da gesta lusa, ignorantes das desfeitas que nos têm sido feitas pelos senhores da Nação.
Todas as fotografias, pertencentes ao Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital e Biblioteca Nacional Digital e Frenesi, foram recolhidas em http://restosdecoleccao.blogspot.pt
13/12/2013
Quem manda? Salazar! Salazar! Salazar!
Manifestação de apoio à neutralidade portuguesa.
Manifestação de apoio à neutralidade portuguesa.
Manifestação de apoio à neutralidade portuguesa.
Tudo pela Nação, nada contra a Nação!
High Society à Portuguesa
A rainha em Estado Novo
Craveiro morreu, Salazar morreu, até Marcelo e Spínola e Costa Gomes há muito soltaram o último suspiro. Mas a rainha dos ingleses, dos escoceses, dos galeses e de parte contrariada dos irlandeses, continua a fazer das suas lá por Buckingham e Windsor e Balmoral e onde os seus augustos costados queiram repousar das fadigas da longa reinação e das agruras de uma família tantas vezes atoleimada. Nestas fotografias, de visita a Portugal em 1957, com pompa de regalar o olho.
Todas as fotografias, da revista LIFE, foram recolhidas em http://restosdecoleccao.blogspot.pt/